sábado, dezembro 23, 2006

your cold heart is the only thing i can rely on... even though, these words are for you, because i know...



escrevi uma carta de amor... mesmo sabendo (sempre sabendo...)escrevi uma carta de amor... porque sim!

...porque dizes que nunca te digo nada... porque sabes que para mim o que se diz ou escreve pode ser sublimado por um momento de silêncio, nesse momento em que tudo se diz porque apenas se sente...para que leias e sintas...

na vida já me cruzei com cavaleiros andantes (ou errantes): uns chamados de Sancho Pança, outros a quem chamavam de "Sire" e usavam armaduras imponentes e reluzentes... e todos me chamaram de Dulcinéia, nunca sabendo eu se quando me olhavam viam uma mulher, um moinho, ou outra coisa qualquer... fazendo-me sempre duvidar.

um dia, do meio do nada, alguém surge, trazendo, pela sua mão, um cavalo (um puro sangue árabe) e me diz, olhando-me serenamente: "toma. é para ti." e eu olho, surpreendida, sem nada fazer, sem entender... e ele diz-me de novo, numa voz terna e meiga: "toma.é para ti." e estende-me a mão (uma mão forte mas delicada), passando-me as rédeas. eu, hesitante, seguro e fico à espera... ele sorri, um sorriso confiante e sincero, vendo em mim a surpresa e apreciando o prazer que isso me dá. sugere que faça aquilo que me dá prazer. e eu simplesmente olho. no meu silêncio digo tudo o que tenho para dizer e que posso sentir num momento.

os caminhos que percorro agora são aqueles em que as palavras não são necessárias...sinto o sussurar do vento, a chuva fria que me acaricia, o calor do sol que me arrepia... sinto o cheiro de todas as flores silvestres. e na noite do meu céu guardo uma estrela que me guia e que eu, tão cheia de brilho e intensidade, guardo ternamente e coloco em lugar de destaque na minha constelação...o resto fica no nosso silêncio...


e porque as palavras que grito não passam de lufadas de ar que nem toda a gente sabe sentir, repouso no meu silêncio, só, mas confiante... e espero...

:-))****

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