quinta-feira, abril 19, 2007
Doze Moradas do Silêncio ...
Envolver-me
na mais obscura solidão das searas, e gemer !
Amassar com os dentes uma morte íntima
Durante a sonolência balbuciante das papoulas
Prolongar a vida deste verão até ao mais próximo verão
para que os corpos tenham tempo de amadurecer .
Colher em tuas coxas o sumo espesso
e no calor molhado da noite, seduzir as Luas
o riso dos jovens pastores desprevenidos ... as bocas
do gado triturando o restolho ... as correrias inesperadas
das aves rasteiras .
... E crescerei das fecundas terras ou da morte
que sufoca o cio da boca !
Subirei com a fala ao cimo do teu corpo ausente
trasmitir-lhe-ei o opiáceo amor das estações quentes .
*Al Berto*
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
conjunto de palavras magnificas!
como poucos conseguiram!
como bem sabes, adoro!
cosmita* :)
quem me dera ser al berto... bailar junto com as palavras que me inebriam os sonhos e me fazem querer viver mais intensamente o que tento, a tanto custo, conter. epra quê? e porquê, se os sons da vida são loucura e os cheiras inebriantes, estonteantes, que nos fazem desejar morrer só pra voltar a viver?... esse ponto onde os extremos se tocam e tudo resplandece de brutal e estonteante beleza. (suspiro)
beijos :-)****
Enviar um comentário