Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis, que deixaram de esperar !
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens, palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição.
Entre nós e as palavras, surdamente
As mãos e as paredes de Elsenor !
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis á boca.
Palavras diamantes, palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever ...
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem !
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita.
Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar.
*Mário Cesariny*
sábado, abril 07, 2007
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1 comentário:
é mto lindo Cosminha :-))
entre nós e as palavras: um lugar estranho esse por preencher...
mas inegavelmente, está lá.
:-)** beijinhos
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