Percebemos na face a nos olhar :
o que era ódio e o que era pena ,
desprezo e nojo
em rictus formados .
O ódio a nos dizer que enveredamos
por atalhos de perigo , por savanas
onde os animais do sentimento espreitam
as armadilhas em que vão morrer .
A piedade a nos juntar nos bosques
com o desejo e a fonte .
O homem com sua natureza
de ser homem a repelir o pranto !
Junto a ela , o desprezo propaga
o seu odor em corpos se amando :
a cicatriz do esquecimento
e do abismo a que fomos atirados .
Fundas feridas , calmas alavancas
em terra devastada , na escuridão
dos dias deste tempo em que viver
foi promessa que todos esquecemos .
*Poemas Noturnos de Celso Japiassu*
segunda-feira, janeiro 15, 2007
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