domingo, outubro 22, 2006

reinventar




Nós e os outros, eu e tu... deveremos dar-nos de verdade se quisermos receber de volta a criatividade do que daí possa resultar.

É essa a chave do nosso sucesso enquanto nós. É essa a chave que nos permite descobrir no outro (e em nós próprios) o reconhecimento.

Esse reconhecimento poderá ser reflectido no espelho duma criação.

Desse quadro - que nunca será um Picasso, um Rembrandt ou um van Gogh - resulta um mar de novas sensações que dá cor e alegria à vida e nos impele a prosseguir firmemente, sem receios e sem vergonhas, como que embalados pelas suas ondas.

Este é um quadro que não pode ser de um autor só. É pintado, pelo menos, por duas pessoas, dois seres humanos que se encontram e entendem fazer algo juntos.


Uma coisa qualquer: esse terá que ser o ponto de partida.

A forma como este quadro for pintado resultará sempre em arte. Pode seguir várias etapas, pode até ser posto de parte por uns tempos para depois ser retomado de novo, por outra perspectiva diferente, mais madura ou mais intuitiva... até se procuram pastéis, cores de tonalidades intermédias, mais ricas, mais densas ou mais subtis, para colocar aqui e ali um cunho de criatividade mais próprio, uma sombra subtil...

À medida que a relação desses dois individuos evolui, com maior ou menor velocidade, com pausas ou quebras bruscas até, vão surgindo novas ideias, visões menos perspectivadas, ou então perspectivas muito claras e distintas. Não há limite para a cor, a forma, a sombra ou a luz das sensações que isso nos desperta.

É inevitável o crescimento que esse laço de "dar" nos proporciona.

Dar o que temos...a liberdade que isso nos proporciona é a de não nos deixar agarrados a sentimentos velhos, obsoletos e até obscuros, porque agora temos outros: novos, reinventados! Não nos podemos sentar atidos a chavões como humilhação, traição, ciúme, tristeza, tédio, rancor, amor, paixão, e não sabermos que a verdadeira arma secreta é a reinvenção dessas palavras; temos que ter consciência que só poderemos mesmo reinventá-las de uma forma activa e não passiva, intervindo como indivíduos capazes de criar.

Basicamente, é isso que nos distingue como seres humanos: a capacidade de criar! Reinventar!


Mesmo sem sabermos que o estávamos a fazer, pintámos os nossos quadros.

Eu e tu!

Agora, cada qual pegará na sua tela e olhará para ela como o espelho duma criação conjunta, sentindo-a já sua, pronta para contemplar e ser contemplada. Esse será ponto de partida para novas e novas formas de arte.

Agora, para o que reinventei, com a tua ajuda, não encontro palavras ditas ou escritas, gritos, gestos ou olhares… é novo, indescritível, lindo...


Japonesa

3 comentários:

um_2 disse...

és tão interessante nesa...

um dia as mulheres quererão ser como tu...

ou se calhar sou eu que queria que elas fossem como tu...

Anónimo disse...

Fico simplesmente deliciada ao ler o que escreves...

È de um " magnetismo " enorme.

Como eu já escrevi aqui, a Vida deve ser vivida a cores ... "rica" em sensações, e por vezes o Mundo onde vivemos, parece não ter o "espaço" que necessitamos para que isso aconteca ...

(uma frase que gosto em particular ... " Let´s Recreate the World " )

Divinius disse...

Muito bem nina japonesa:)bj*